Roma é simplesmente esplêndida! Não tem como não se apaixonar pela Cidade Eterna, é um daqueles lugares que todos deveriam conhecer um dia, é história viva! Aqui você irá descobrir que 3 dias em Roma é possível sem perder suas principais atrações.
Sou italiana mas estive na maravilhosa capital do meu país quando eu tinha 6 anos. Visitar Roma já estava em meus planos há muito tempo, mas todas as vezes que eu retornava à Itália, terminava por ir sempre para Milão, a cidade onde nasci, para rever meus amigos.
Decidi dar-me de presente de aniversário esta viagem. Faço anos no fim de outubro, mas foi necessário antecipar a viagem de 2 semanas porque a segunda onda do Covid19 estava a chegar e eu não queria perder essa oportunidade, já que os bilhetes de Lisboa para Roma estavam com bons preços, assim como os alojamentos.
Permaneci 4 dias na cidade, porém os horários do voo não foram muito bons e por tal motivo tive apenas 3 dias em Roma de passeio, se bem que com o roteiro personalizado feito por minha mãe Damares Lombardo, consegui visitar e conhecer as principais atrações da cidade.
Vou mostrar para você que com um roteiro bem organizado e otimizado é possível saber o que fazer em Roma sem perder tempo!
3 dias em Roma
No primeiro dia aproveitei para conhecer o bairro de Trastevere na parte da tarde – meu voo chegou no final da manhã – bairro onde nasceu e se desenvolveu o povo romano. Digamos que Trastevere é o coração de Roma.
Os habitantes de Trastevere, chamados de “Trasteverini”, nos tempos da antiguidade levavam uma vida popular, distinguindo-se da nobreza pelo seu caráter orgulhoso. Hoje, este bairro é reconhecido como um dos mais bonitos e característicos de Roma, é o centro da vida noturna, enogastronômica, com teatro ao ar livre, praças, igrejas e becos históricos , emblema antigo e contemporâneo da época romana.
Durante o dia o bairro de Tarstevere parece uma vila medieval entre tantas belezas arqueológicas com lojas de artesanato, mercados e pessoas conversando na rua. À noite o bairro se transforma e se torna muito animado. Apesar da pandemia, os bares e restaurantes dão vida ao bairro e as pessoas chegam de várias partes da cidade, pois é um dos destinos favoritos para passar à noite em Roma.
Adorei passear pelas ruelas do bairro de Trastevere mesmo com um pouco de chuva.
Mesmo que você fique apenas 3 dias em Roma, não deixe de visitar o bairro de Trastevere, é encantador!
No segundo dia em Roma, levantei cedo para visitar os Museus do Vaticano, pois eu tinha comprado o bilhete online para a visita às 9h30.
Tive o grande privilégio de visitar os museus com poucos visitantes, o que ajudou muito a conhecer o local com tranquilade e sem o estresse de muita gente. Apesar dessa situação atual não ser nada boa para o setor do turismo, este é um dos lados positivo da pandemia: visitar as atrações das cidades muito turísticas sem muita confusão de gente. Mesmo que você tenha apenas 3 dias em Roma, saiba que vai precisar de pelo menos uma manhã para visitar os Museus do Vaticano.
Um trecho do jornal italiano “ilsole24ore” do dia 22 de julho 2020: Em junho, a frequência aos Museus foi de 66 mil pessoas, das quais 37% entre 15 e 26 anos, números muito promissores, embora pequenos: as presenças ordinárias pré-Covid-19 dentro dos museus do Vaticano oscilavam em torno de 23 -24 mil por dia, com um número total em 2019 de quase 7 milhões, em terceiro lugar no mundo depois do Louvre (10 milhões) e do Museu Nacional da China (7,4 milhões) e muito perto do Metropolitano de Nova York.”
Voltando à minha visita aos Museus do Vaticano, os quais me deixaram encantada, decidi visitar o que mais me interessava e, para isso, me organizei antes de lá chegar, pois os museus são enormes e eu não queria ficar rodando sem saber o que realmente ver.
A Capella Sistina é uma overdose de cores com afrescos esplêndidos! Incrível a composição grandiosa que Michelangelo conseguiu concretizar naquela sala entre 1536 e 1541. Impossível não ficar perplexo. Infelizmente não é possível tirar fotos dentro da capela.
Deixando os Museus do Vaticano, segui para a majestosa Basílica de São Pedro que tem entrada gratuita e, como já dito antes, devido à pandemia não tinha nenhuma fila.
A Basílica de São Pedro é o maior edifício sagrado do mundo, ela está ligada aos Palácios do Vaticano por um corredor elevado localizado ao longo do corredor direito e pela Scala Regia. Por outro lado, dois corredores ligam a basílica à sacristia. Ao longo dos corredores e no interior das 11 capelas localizadas dentro da Basílica de São Pedro, encontram-se obras de valor inestimável.
Saindo da Basílica atravessei a belíssima Praça de são Pedro e fui para o outro lado da rua para comprar os famosos souvenirs para presentear os amigos e família em Portugal!
Continuando meu passeio em Roma, prossegui para o Castel Sant’Angelo que está a cerca de 10 minutos a pé da Basílica. Se trata de uma fortaleza localizada na margem norte do Rio Tibre e à sua frente encontra-se uma linda ponte que atravessa o rio com grandes e estupendas estátuas de anjos que a adornam.
O passeio continuou em direção à magnífica Praça Navona, a mais bela praça barroca de Roma e considerada uma das mais belas do mundo. Possui um fascínio especial com suas fontes: Fontana dei Quattro Fiumi, obra do grande Bernini, que domina o centro da praça; Fontana Del Moro e Fontana del Nettuno, dedicada ao deus do mar. A praça é circundada por cafés e restaurantes.
Prossegui para a Praça della Rotonda para visitar o Pantheon que está a poucos passos da Praça Navona.
Construído em 27 a.C durante a República Romana, foi utilizado como templo dedicado a todos os deuses e, desde o século VII, como templo cristão.
O Pantheon abriga os restos mortais de reis ou pessoas famosas de uma nação e onde estão enterradas personagens famosas como o rei Vittorio Emanuele II, Umberto I e Margherita di Savoia, entre outros menos conhecidos. A visita é gratuita.
O próximo destino fica um pouco mais distante, mas dá tranquilamente para se fazer a pé. Mesmo depois de ter caminhado durante o dia todo, consegui apertar o passo e segui para Praça del Popolo. Esta, construída no século XVI, funcionava como porta de entrada da cidade para quem viesse do norte, é caracterizada por um obelisco egípcio de Ramsés do século XIV a.C com 36 metros de altura. Num dos lados estão as duas Igrejas, as quais também são conhecidas como as gêmeas. A da esquerda é a de Santa Maria di Montesanto e a da direita é a Santa Maria dei Miracoli, e a separá-las está a famosa Via del Corso que liga a Praça del Popolo até á Praça Venezia.
Daqui prossegui para a Piazza di Spagna que fica a 10 minutos de caminhada.
Da Praça de Espanha partem as ruas mais conhecidas e elegantes de Roma: via dei Condotti, via Frattina e via del Babuino.
Na frente da grande escadaria de Trinità dei Monti construída em 1724 que se encontra na Piazza di Spagna, está situada a elegante Fontana della Barcaccia de Pietro Bernini, de 1629.
Meu terceiro dia de passeios em Roma, foi também o último, pois meu voo partiu muito cedo no dia seguinte. Então vamos conhecer as últimas atrações de 3 dias em Roma imperdíveis!
Comecei o dia visitando a Boca da Verdade, lugar que não é possível reservar e as filas são sempre gigantes! Mas não tinha fila!
A Boca da Verdade é um dos símbolos mais famosos de Roma. Ela foi colocada na entrada da Basílica de Santa Maria in Cosmedin na metade do século XVII. Antes disso não se sabe com exatidão onde ela estava e nem à sua origem. Uma das teoria é que esta escultura em mármore servia para cobrir os bueiros na época medieval. Outra teoria é que pode ter sido realizada como cobertura para o poço sacro no Templo de Mercúrio. E a mais bizarra mas, que dá sentido à sua fama e as filas imensas para visita-la, é que no período medieval ela servia para desmascarar os mentirosos. Quem jurava o falso e enfiava a mão dentro da boca, esta saia cortada.
Prossegui a pé para visitar o Coliseu, para o qual já tinha comprado o bilhete online e reservado o horário para evitar filas. Mas aqui também não tinha fila!
O Coliseu é o maior anfiteatro do mundo e pode acolher até 50.000 espectadores. Conhecido como Anfiteatro Flavio, a sua construção teve início em 72 d.C e foi concluída em 80 d.C.
O edifício foi concebido para a luta e jogos entre gladiadores e simulações de caça de animais silvestres e exóticos.
Depois visitei o Forum Romano que é enorme e cheio de ruínas. O Fórum Romano teve os primeiros edifícios em torno do século VII a.C. quando deu-se início a construções de edifícios para a vida política, judicial, religiosa, comercial e especialmente social da cidade.
A recuperação e restauração dos antigos edifícios foi iniciada no século XVIII, e até hoje continuam a ser descobertas novas relíquias e restos das antigas construções.
Depois prossegui para o Monumento de Vittorio Emanuele e para a Praça do Campidoglio que fica ao seu lado. São 2 lugares que vale a pena conhecer, sobretudo a Praça do Campidoglio com suas belas estátuas ao longo das escadas e um piso esplêndido.
E faltava a famosa fonte! A poucos minutos de caminhada encontra-se a Fontana di Trevi. Ela é muito mais do que uma fonte ou um chafariz, é a maior fonte barroca de Roma e, provavelmente, a mais famosa do mundo.
Foi construída em 1735 e está situada no cruzamento de três ruas que faz parte da história da cidade.
Nos tempos antigos era normal construir uma fonte onde terminavam os aquedutos, e a Fontana di Trevi é uma delas, que marca o final do Aqua Virgo, um aqueduto de grande valor simbólico.
Essa fonte já serviu de inspiração para várias cenas de filmes, entre essas cenas, a mais famosa é a do filme La Dolce Vita, dirigida pelo cineasta italiano Federico Fellini.
A fonte foi totalmente restaurada em 2016 e está ainda mais BELLA!
Fiz todos os passeios a pé, só peguei o transporte para chegar ao centro da cidade pela manhã e no final do dia porque eu estava hospedada na zona de San Giovanni, que fica um pouquinho fora do centro. Mas com o metrô se chegava bem rapidinho. Roma tem poucas estações de metrô e o trânsito não é nada fácil (mesmo com menos carros nas ruas tinha trânsito), por tal motivo as nossas pernas são as melhores opções na cidade.
Espero que tenha gostado do meu roteiro de 3 dias em Roma e que eu tenha te ajudado no seu planejamento de viagem à Cidade Eterna!
Após poucos dias que deixei Roma, a cidade entrou em lockdown. Que sorte a minha!
Agora vamos torcer pra que tudo volte ao normal o quanto antes para podermos voltar a viajar novamente e ver as cidades cheias com o turismo em movimento!
Texto: Sofia Lombardo