por Damares Oliveira, uma guia brasileira em Lisboa

Uma inusitada experiência em Londres na Pandemia

Um novo capítulo da minha vida começou no dia 29 de agosto de 2020 quando me mudei para Londres para tirar o Mestrado e acabar finalmente os meus estudos. Infelizmente calhou num momento errado, pois Londres na pandemia está muito diferente do habitual.
Este ano foi particularmente diferente dos outros, em que a pandemia forçou-nos a mudar quase totalmente o nosso estilo de vida e os nossos mais comuns hábitos.
Cada país após o Lockdown reagiu de formas semelhantes, porém diferentes.

Aqui irei explicar como estava a ser a situação até metade de setembro em Londres na pandemia, período que lá estive durante 3 semanas.
As ruas da cidade estavam quase vazias se comparadas com os anos passados, até no metro era sempre possível encontrar um lugar vazio para sentar, o que quase nunca acontecia previamente.

Londres na Pandemia

Não consegui entender bem se o uso de máscara nos locais fechados era obrigatório ou não, pois nas entradas dos lugares estava sempre escrito “uso de máscara”, mas quase ninguém a usava. A maioria das pessoas que trabalhavam nas lojas, nos restaurantes ou nos cafés não usavam máscaras, pelo menos foi o que eu presenciei até o período que estive na cidade. Mesmo nos transportes públicos era muito comum ver inúmeros indivíduos sem máscara. E muito provavelmente este seja um dos motivos pelo qual a Inglaterra há um número muito alto e continua a aumentar de contagiados pelo covid-19.

  Camden TownCamden Town

Para mim essa situação foi uma surpresa, já que em Portugal, país onde moro, o uso de máscara é obrigatório em todos os ambientes fechados e é bastante respeitado. Tal situação me incomodava muito e eu usava máscara em todos os lugares fechados e desinfetava sempre minhas mãos. Pois se tratava da minha proteção e saúde.

Fazer em Londres

Londres na pandemia
Foi ótimo conseguir tirar foto da minha diva sem ninguém em torno

A maioria do comércio em Londres estava a fechar por volta das 17h e a cidade ficava ainda mais vazia, o que me causava uma certa tristeza. Era uma estranha sensação ver Londres dessa maneira, uma cidade dinâmica e sempre cheia de gente sem vida. Estive em Londres em 2015 por 10 dias e não tem como não se chocar a ver a cidade assim vazia. Imagine esta situação para uma estudante que deixa sua casa, sua família e amigos para viver uma nova experiência em outro país da Europa e se encontra numa situação dessa!

Covent Garden
Convent Garden é uma das zonas que ainda tem um pouco de vida em Londres

fazer em Londres
Não deu para resistir ao Bubble Waffle
estudar em Londres
Euzinha! Sofia Lombardo

Estudar em Londres é o sonho de muitos estudantes estrangeiros. A universidade na qual me inscrevi para tirar o mestrado é enorme e possui uma esplêndida arquitetura, tanto que a localidade foi objecto de gravação de vários filmes famosos como o James Bond e o Batman. A sede oferece uma série de atividades extracurriculares como desportos, canto, teatro entre outros.
Como podem imaginar, o pior de tudo foi não poder me socializar com outros alunos em maneira presencial, mas apenas através de grupos de Facebook e Whatsapp, o que me fez sentir muito sozinha.

Após 15 dias em Londres com notícias incertas da universidade sobre como seriam geridas as aulas, recebi aquele e-mail decisivo a informar que as aulas seriam desenvolvidas 90% online e presencialmente apenas 1 vez por semana. No momento quase tive um infarte e fiquei sem saber o que eu iria fazer em Londres com aulas quase somente online fechada dentro de um quarto estudando na frente de um computador sem poder conhecer outros alunos e viver uma experiência normal de uma jovem estudante em outro país.

Por minha sorte e de vários alunos estrangeiros, após alguns dias a universidade entrou em contacto comigo informando-me que a esse ponto seria possível optar por aulas somente online caso eu preferisse. Foi nessa altura que imediatamente conversei com os meus pais e decidi voltar para Portugal.
Enfim, tudo se resumiu em 3 semanas de experiência pouco positiva com uma grande ansiedade sem saber como tudo se desenrolaria.

O lado bom de tudo isso foi poder passear pelas ruas de Londres e visitar alguns museus e atrações sem aglomeração de pessoas e sem pegar as longas filas. Mas Londres continua linda e interessante e espero reve-la cheia de vida novamente em breve!

Outra coisa muito positiva foi ter ficado em casa de uma família muito gentil e extremamente acolhedora que aluga quartos para estudantes e turistas, a qual me tratou como uma pessoa da família. A casa é grande, limpa e fica a poucos metros de uma estação de metro. Super recomendo esta hospedagem em Londres, cinco estrelas! Rose oferece também serviços turísticos em Londres como transfers e passeios.
Contato de Rose Lima: www.facebook.com/RoseLimaturismo

hospedagem em Londres
Eu com Rose Lima, a anfitriã da casa onde fiquei hospedada

No momento estou em minha casa em Portugal a estudar como uma louca com aulas online e muitos trabalhos escritos para fazer, o que me tira um tempo enorme. Mas estou fazendo o que escolhi e gosto, mestrado em Organização de Eventos Internacionais e Marketing.
Agora é só aguardar as medidas da universidade para saber como será o próximo semestre, se online ou presencial.

Nota: Sofia Lombardo é filha da autora do blog, Damares Lombardo. Ela tem quase 22 anos e decidiu começar a participar do blog com suas experiências de viagem. Sofia é italiana, deixou a Itália aos 16 anos quando mudou para a  Alemanha onde morou 3 anos com sua família. No momento vive em Portugal, país onde ela adora morar. Sofia foi alfabetizada em italiano, terminou o estudo secundário na Alemanha numa escola italiana. Sua mãe a ensinou português desde quando ela era pequena, mas nunca na escrita, apenas na conversação. Em sua casa a língua falada é italiana, pois seu pai é italo-alemão. Na Alemanha conheceu uma brasileira que virou uma grande amiga, a qual ajudou-lhe muito a se desenrolar bem com o idioma português. Com sua mudança para Portugal com sua família, estudou Comunicação na universidade e aprendeu a escrever português muitíssimo bem, por isso sua escrita é português de Portugal. E cá está a prova do seu esforço, coragem e determinação. Pois, as mudanças nessa fase da vida não são nada fáceis.

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